Permalinks: revcom.us/a/637/thoughts-from-a-reader-on-the-coronavirus-en.html (inglês) e revcom.us/a/637/ideas-de-un-lector-sobre-la-epidemia-del-coronavirus-es.html (espanhol)
Nota dos editores do jornal Revolution/Revolución (9/3/2020): À medida que a pandemia da doença COVID-19 — uma epidemia que cobre uma grande extensão geográfica — se continua a propagar, continuam relevantes os seguintes pontos de orientação publicados na semana passada.
O que está a sobressair com maior relevo é a maneira como o funcionamento subjacente deste sistema, o sistema do capitalismo-imperialismo, realmente restringe e bloqueia a resposta que é necessária a nível global — apesar dos melhores sentimentos das pessoas. Esta situação está a ocorrer em conjunto com as políticas de fascistas cristãos como as do regime de Trump e Pence, e é exacerbada por elas. Em vez de mobilizar coletiva e coordenadamente a mais avançada ciência médica e os recursos, os médicos, os agentes de saúde pública e os investigadores, a resposta à pandemia é distorcida e moldada pela rivalidade entre as grandes potências, como a que existe entre os Estados Unidos e a China, ou pela busca do lucro pelas empresas farmacêuticas privadas na lógica de acumular-ou-morrer do capitalismo-imperialismo. Por exemplo, foi noticiado que não há praticamente nenhuma cooperação entre os Estados Unidos e a China em relação à epidemia da COVID-19. Uma gritante contradição particular é que, embora os Estados Unidos tenham beneficiado imensamente com a sua posição no topo de uma economia parasitária que se alimenta dos recursos e riquezas do planeta, dominando e sobre-explorando grande parte do mundo, esses recursos, profissionais médicos e infraestruturas estão longe de estar a ser colocados ao serviço da resolução deste problema — a favor da humanidade.
Tudo isto é ainda mais exacerbado por Trump e pelas máquinas de propaganda fascista como o canal televisivo Fox News que minimizam esta crise para fins políticos mesquinhos e por não quererem “assustar” os “mercados” e a economia; pela nomeação de Pence — um fascista cristão que se opõe à ciência da evolução e acredita na teologia do “Fim dos Tempos”* — para coordenar a resposta nos Estados Unidos; e pela recusa a aceitar a ciência e a trabalhar com os cientistas quando isso não é politicamente conveniente e consistente com os objetivos mesquinhos e distorcidos de Trump.
Mesmo quando as pessoas são movidas pelos melhores sentimentos, como quando cuidam dos mais vulneráveis, devido à maneira como a sociedade está organizada e a como as pessoas são levadas a pensar pelos órgãos de propaganda deste sistema, em última instância, as pessoas acabam por “se preocupar consigo mesmas” e por responder individualmente, em vez de coletivamente. Esmagador nos Estados Unidos é o entrincheirado chauvinismo norte-americano que está centrado em como isso afeta os norte-americanos, e não em como afeta a humanidade, e que aborda a resposta desse ponto de vista. Isto manifesta-se, por exemplo, em algumas críticas a Trump vindas de alguns dos dirigentes eleitorais e comentadores burgueses liberais que o culpam por estar a falhar ao “povo americano”, ainda que a crítica de base à tardia não-resposta do regime de Trump e Pence seja eminentemente justificada.
As sociedades socialistas do passado — sobre uma base económica, política e social radicalmente diferente — lidaram de uma maneira muito diferente com este tipo de problemas de saúde pública, mobilizando as pessoas e os recursos sociais coletiva e conscientemente, em oposição ao que está a ser imposto pelo funcionamento do capital. (Ver “Não sabes o que crês que “sabes” sobre… A Revolução Comunista e o VERDADEIRO Caminho para a Emancipação: A Sua História e o Nosso Futuro — Uma entrevista a Raymond Lotta”.) Por exemplo, quando a China era socialista (1949-76), os seus sucessos na saúde pública não tiveram paralelo em extensão e rapidez [ver a 15ª Parte de O socialismo é muito melhor que o capitalismo e o comunismo será um mundo ainda melhor]. Através de uma combinação de colocar em primeiro lugar as necessidades das pessoas, de mobilizar recursos e combinar a prestação de cuidados médicos com os esforços, envolvimento e educação das massas populares, na década de 1950 a China revolucionária eliminou rapidamente a cólera, a peste, a varíola e as principais doenças relacionadas com a nutrição. Retirando lições dessas experiências do passado, mas indo muito mais longe como parte de um quadro inteiramente novo para emancipar a humanidade, a Constituição para a Nova República Socialista na América do Norte [Artigo I. O Governo Central — Secção 2. O Governo Executivo — H. Saúde e Medicina, disponível em inglês e em espanhol], da autoria de Bob Avakian, inclui uma abordagem à saúde pública que fornece um quadro para lidar com epidemias como a da COVID-19 que é radicalmente diferente do que estamos a testemunhar agora.
* A teologia do “Fim dos Tempos” é a visão de que a “segunda vinda de Cristo” profetizada na Bíblia irá ocorrer em breve e, quando isso acontecer, todos os “verdadeiros” cristãos serão “raptados” para o céu (e todas as outras pessoas serão destinadas para o inferno), a partir de onde assistirão à maneira como Jesus Cristo inflige os sete anos de “tribulações” que irão cair sobre o resto da população, depois dos quais liderará uma batalha épica com o “anticristo” e estabelecerá um Reino de Deus de mil anos na Terra. [regressar]
Tenho acompanhado as notícias e as análises da crise em desenvolvimento da doença COVID-19, e queria oferecer algumas das minhas observações sobre isso. Tenho tentado avaliar os desenvolvimentos à luz das seguintes três questões:
O que está a acontecer?
Porque está a acontecer?
O que é que corresponde aos interesses da humanidade?
Eis algumas das minhas ideias sobre esta crise emergente, divididas em dois temas principais: Algumas informações básicas e perspetivas sobre a crise da COVID-19; e O regime fascista de Trump e Pence agravou muito esta crise — e o perigo pode estar só a começar.
Algumas informações básicas e perspetivas sobre a crise da COVID-19
A nova doença COVID-19 é um fenómeno natural, mas a maneira como se lida com ela ocorre num contexto social. O vírus que a origina eclodiu na China, chama-se SARS-CoV-2 e faz parte de uma família biologicamente aparentada de vírus chamados coronavírus. O surto deste vírus na China e a sua propagação aí foram surpreendentes e inesperados. Foram “fora do que se esperava” e, nesse sentido, são como um desastre natural ou um acidente. Pode-se compará-los a um furacão. Neste caso, é um desastre natural que já é uma epidemia em grande escala, se não uma epidemia mundial (pandemia).
Tal como os desastres naturais, a maneira como isto afeta as pessoas e como se lida com isto ocorre num contexto social. Vivemos numa sociedade dividida em classes e com outras divisões sociais muito importantes. Globalmente, o mundo inteiro está dividido entre um punhado de países imperialistas — como os Estados Unidos, o Japão e os países da Europa Ocidental — e as muitas nações em todo o mundo que esses países oprimem, comummente referidas como o terceiro mundo. Em particular, ocorrem hoje num contexto em que as nações e os povos do mundo estão muito interligados e também em que em muitos países há movimentos fascistas no poder, ou a lutar pelo poder. Todos estes fatores juntos definem o cenário de como isto é diagnosticado, de como se difunde a mensagem, de como as pessoas são tratadas e, em última instância, de quem vive e quem morre.
A família dos coronavírus é uma família de vírus conhecida dos cientistas e especialistas em saúde; mas isso não significa que os cientistas podiam prever como e quando se iria desenvolver, as manifestações particulares dele, ou onde e quando iria eclodir. O surto da SARS (Síndrome Respiratória Aguda Grave) de 2002-3 foi causado por um coronavírus diferente. Embora a SARS tenha tido uma elevada taxa de mortalidade entre aqueles que o contraíram, não se propagou tão facilmente, pelo que menos de mil pessoas morreram devido a ele em todo o mundo. Já morreram quase 3 mil pessoas devido à COVID-19.
O caráter subjacente destes vírus tem sido e continua a ser estudado pelos cientistas. Como surgiu e evoluiu o vírus, como faz mutações (como se modifica), como afeta diferentes seres humanos e como se propaga, por vezes de uma espécie para outra, são algumas das questões que eles estudam. Os cientistas também estudam a maneira como os fatores sociais interagem com o desenvolvimento e a disseminação dos vírus. Neste caso, isto inclui a relação de vírus como o SARS-CoV-2 com as alterações climáticas, a invasão humana dos habitats de vida selvagem, os padrões da migração humana e a globalização altamente integrada e interligada do sistema capitalista. No entanto, o facto de as causas e as dinâmicas subjacentes mais profundas e gerais destas novas doenças, bem como a maneira como interagem com a sociedade, serem cientificamente conhecíveis não significa que fosse possível antecipar quando e onde iria ocorrer este surto específico.
A COVID-19 propaga-se facilmente. Os profissionais da medicina estão a alertar que este vírus parece propagar-se de pessoa para pessoa com relativa facilidade (tal como se propagam as constipações e as gripes). Segundo o melhor entendimento deles neste momento, até 80 por cento das pessoas que contraem a doença não terão nenhum sintoma visível ou só ficarão ligeiramente doentes. Isto tenderá a acelerar a sua propagação.
No entanto, com base no que se viu até agora, entre as pessoas mais velhas e as pessoas com doenças crónicas ou outros problemas de saúde, o vírus será muitas vezes mais mortal que o da gripe. No Wuhan, na China, o epicentro do surto, os profissionais e os trabalhadores da saúde também foram duramente atingidos. Morreram médicos e enfermeiras relativamente jovens. Na China há uma severa escassez de equipamento de proteção para aqueles que tratam os pacientes mais doentes, e tem havido apelos a que enfermeiros de outros países vão em auxílio deles. Isto pode ser um indício de que muitos profissionais dos cuidados de saúde nas linhas da frente estão a contrair a doença e ficam incapacitados de continuar a trabalhar.
O surto da COVID-19 está a ser agravado pela dominação imperialista norte-americana. Embora haja muita ansiedade nos Estados Unidos sobre a possibilidade de a doença ganhar terreno neste país — algo que os funcionários de saúde pública pensam ser muito provável —, não há quase preocupação suficiente, fundos governamentais, conhecimentos ou esforços para uma mobilização para ajudar o resto do mundo, que já está a lutar com a propagação da COVID-19.
Imaginem o que irá acontecer no Irão, por exemplo. O Irão está agora a viver um grande surto de COVID-19. Trata-se de um país em que as “sanções” norte-americanas — a proibição de transações comerciais e financeiras de e para o Irão para fazer com que esse país se ajuste aos ditames políticos norte-americanos — já estrangulou a economia iraniana. As sanções causaram uma escassez de medicamentos e uma crise sanitária generalizada [ver o artigo em inglês ou em espanhol], mesmo antes da chegada da COVID-19. Estas sanções já causaram muitas mortes; o que irá isso significar agora?
A dominação do mundo pelo imperialismo, incluindo o imperialismo norte-americano, resultou em que outras partes do mundo — os países de África, Ásia e América Latina — enfrentem uma pobreza extrema, condições de vida sobrelotadas e péssimos sistemas de saúde. Isto tornou milhares de milhões de pessoas muito mais vulneráveis a estas pragas modernas do que poderiam ser e tem resultado em incalculáveis mortes desnecessárias. Pode-se ver isto no Haiti com o terrível impacto e disseminação da cólera e em África com a SIDA e o vírus do ébola, e também na lenta e fraca resposta internacional a estas epidemias. Embora os vírus não conheçam fronteiras nem nacionalidades, os países imperialistas — com a sua riqueza, padrões relativamente mais elevados de rendimentos e educação e sistemas de cuidados de saúde e infraestruturas globalmente mais desenvolvidos — têm a capacidade de adotar uma abordagem que potencialmente é relativamente mais eficaz para lidarem com o vírus nas suas “pátrias”, enquanto os países com menos recursos de saúde, mas muitas vezes mais afetados, são abandonados a se defenderem sozinhos durante demasiado tempo.
Mesmo que os cientistas, os profissionais médicos, os trabalhadores da saúde e muitas pessoas comuns façam esforços heroicos para lidar com o vírus e tentar salvar o maior número possível de pacientes mais doentes, os esforços sinceros das pessoas para tentar parar esta pandemia serão profundamente debilitados e seriamente travados pelas perspetivas, relações económicas e prioridades políticas do sistema imperialista mundial. Já há alguns países que estão agora a encerrar as fronteiras e a acumular recursos para as suas próprias populações (como o equipamento de proteção médica que é agora desesperadamente necessário em algumas regiões de China e noutras regiões do mundo), em vez de se centrarem em como derrotar globalmente a epidemia.
Inicialmente, os funcionários do governo norte-americano responsáveis pela luta contra o vírus não prometeram sequer tornar disponível nenhuma vacina ou cura a todos os que precisam delas nos Estados Unidos, e muito menos em qualquer outro lugar. O Secretário de Saúde e Serviços Humanos, Alex Azar, argumentou que, além dos fundos governamentais para o desenvolvimento de uma vacina e outras medidas, também haverá alguns investimentos privados, e que esses investidores terão de obter lucros. E irão obtê-los — sob este sistema. Recordemos como durante muitos anos os Estados Unidos se recusaram a disponibilizar medicamentos para a SIDA que poderiam salvar vidas em África, quando o continente foi devastado pela doença e dezenas de milhões de pessoas morreram desnecessariamente.
A propagação da COVID-19 e algumas das medidas tomadas para a parar já perturbaram o funcionamento normal de muitas sociedades. O governo da China (que de facto não é comunista, apesar do que alegam os seus dirigentes e outras pessoas†) impôs uma quarentena sem precedentes a 46 milhões de pessoas [ver o artigo em inglês] nas zonas mais severamente afetadas pelo vírus. As restrições às viagem para dentro e fora de países com grandes grupos de casos tornaram-se mais generalizadas. À medida que os surtos do vírus vão atingindo partes da Europa, a Coreia do Sul, o Irão, etc., e que os governos tentam limitar ou retardar a sua propagação, o funcionamento normal da sociedade está a ser paralisado ou perturbado de maneiras sem precedentes que afetam milhões de pessoas. Grande parte da Lombardia (a região onde fica Milão, a segunda maior cidade italiana) e de outras províncias do norte de Itália estão “bloqueadas”. No Japão, todas as escolas foram encerradas por dois meses. Os locais sagrados islâmicos na Arábia Saudita foram encerrados aos visitantes estrangeiros.
Estas perturbações também atingiram a economia mundial. O capitalismo-imperialismo é o quadro económico de toda a economia mundial; penetra todos os pontos do globo. O mundo está altamente interligado e dependente de redes globais de abastecimento para a produção e distribuição dos bens de primeira necessidade e dos luxos da vida, em que a montagem de um produto como o iPhone pode estar localizada em fábricas de exploração extrema na China, mas com os componentes eletrónicos e as peças enviadas de muitas outras partes do mundo, e o produto final distribuído globalmente para consumo. Tudo, da medicina à eletrónica e às peças para as máquinas, é produzido nos países onde as empresas podem maximizar o lucro. Devido a isso, estes produtos circundam o globo, sendo colocados em redes de abastecimento “mesmo a tempo” que agora estão a ser perturbadas de uma maneira significativa. Os mercados bolsistas em todo o mundo, incluindo nos Estados Unidos, afundaram-se, uma indicação do impacto que o vírus está a ter na economia global.
Nos Estados Unidos há neste momento um pequeno número de casos confirmados. No entanto, os especialistas estão a assinalar que não está a ser feito quase nenhum teste. A 1 de março, os Centros para o Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) confirmaram ter feito menos de 500 testes [ver o artigo em inglês], embora tenham passado sete semanas desde que o primeiro caso de COVID-19 foi confirmado nos Estados Unidos. Em contraste, a Coreia do Sul testou 100 mil pessoas. De facto, até há alguns dias, os CDC estavam a testar apenas as pessoas que tinham viajado até à região de Wuhan na China ou que tinham estado perto de alguém que aí tenha estado, em vez de testarem todas as pessoas hospitalizadas com doenças respiratórias como recomendado pelos especialistas em pandemias. Durante mais de uma semana, os CDC não testaram um doente na Califórnia que os funcionários de saúde suspeitavam ter o vírus da COVID-19. Como se viria a verificar, esse doente testou positivo, ou seja, de facto tinha o vírus. E por cima disto, os equipamentos de teste que os CDC enviaram para as cidades de todos os Estados Unidos tinham defeitos e não podiam ser usados! Portanto, neste momento, devido à quase completa ausência de testes, ninguém sabe quantos casos de COVID-19 pode haver nos Estados Unidos, nem o quão longe ou rapidamente se irá espalhar.
O regime fascista de Trump e Pence agravou muito esta crise —
e o perigo pode estar só a começar
O regime fascista de Trump e Pence tomou medidas que podem agravar seriamente o impacto da COVID-19. Depois de tomar o poder, o regime de Trump e Pence esventrou a infraestrutura norte-americana de doenças infeciosas, forçou a saída de responsáveis chave e tentou (sem sucesso) cortar o orçamento dos CDC. Quando confrontado com a crise da COVID-19, a administração Trump anunciou inicialmente que iria alocar 2,5 mil milhões de dólares para fazer face à possível epidemia nos Estados Unidos. Isto é muitíssimo menos que o mínimo que os peritos consideraram ser necessário. E ainda pior, Trump nada prometeu para ajudar as pessoas noutras partes do mundo que neste momento estão a ser muito mais afetadas pela propagação deste vírus.
De uma maneira ainda mais criminosa e fundamental, o regime de Trump e Pence tem feito uma guerra contra a ciência, o método científico e os cientistas em geral [ver o artigo em inglês]. Já há relatos de que estão a dizer aos peritos e funcionários dos CDC para não darem informações publicamente. Os trabalhadores do Departamento de Saúde e Serviços Humanos foram enviados sem treino nem equipamento de proteção para lidarem com pessoas que estavam em quarentena em bases militares nos Estados Unidos devido a uma possível infeção pelo coronavírus. Depois, quando eles relataram a situação, foram acusados de não estarem a “jogar em equipa”!
Trump nomeou Mike Pence, o vice-presidente fundamentalista cristão fascista, para liderar o esforço dos Estados Unidos. Pence defende uma interpretação literal da Bíblia. Não acredita que a teoria da evolução é verdadeira. E tem sido um cruzado contra a ciência. Como escreveu no Twitter um perito internacional em pandemias, em resposta à nomeação dele: “OMG!” [“Oh, meu deus!”] Isto é um crime contra a humanidade. Na conferência de imprensa em que foi anunciada a nomeação dele, ninguém sequer fez uma pergunta sobre isso.
No livro de Ardea Skybreak, A Ciência da Evolução e o Mito do Criacionismo – Saber o que é Real e porque Isso É Importante, em relação à doença SARS ela salienta algo que é muito relevante para a situação atual com a COVID-19: “É simplesmente verdade que ninguém pode chegar a compreender nada de essencial sobre o vírus e a epidemia da SARS (e sobre como melhor lidar com eles), sem ter em conta alguns factos básicos sobre a evolução biológica. Os princípios básicos da evolução biológica estão, em primeiro lugar, a ajudar a identificar a estrutura genética deste vírus em particular, e a averiguar o que outros vírus a que o vírus da SARS está relacionado. (…) Este conhecimento evolucionário, por sua vez, é importante para tentar descobrir que medicamentos e/ou vacinas podem ou não ter um efeito sobre o vírus da SARS. (…)”
A contínua demonização dos imigrantes pelo regime de Trump e Pence, por cima do chauvinismo nacional reforçado pelo imperialismo em geral, criou um vulcão para espalhar um medo xenófobo irracional, especialmente contra as pessoas que têm raízes na China, na Coreia do Sul e noutros países da Ásia onde começou o surto do vírus. Em cidades como Chicago, os restaurantes da Chinatown estão vazios sem nenhuma razão lógica! E muito rapidamente isto pode tornar-se ainda mais horrível. O que é necessário é que as pessoas se unam e trabalhem juntas para lidar com uma crise de saúde pública.
Entretanto, estrategas fascistas de Trump como Steve Bannon e o Secretário do Comércio Wilbur Ross veem isto como uma oportunidade para enfraquecer o seu rival imperialista, a China, quando o governo chinês luta para fazer frente aos desafios de uma grave crise de saúde.
Membros do regime fascista de Trump vão à televisão acusar os seus adversários no Partido Democrata e os meios de comunicação de tentarem deliberadamente criar o pânico para prejudicar a economia e a administração de Trump. Neste momento, o que serve os interesses deles é menosprezar o que os cientistas em geral acreditam ser uma ameaça séria. Mas se o vírus se começar a propagar seriamente nos Estados Unidos, não é difícil imaginar que Trump e os fascistas irão tentar usá-lo para fazerem enormes avanços na consolidação do fascismo nos Estados Unidos, tomando medidas repressivas e incitando ainda mais medo e ódio contra os imigrantes e as pessoas vindas de outros países.
† A revolução na China foi derrotada e o capitalismo foi restaurado após a morte em 1976 do líder revolucionário Mao Zedong. A China foi transformada numa gigantesca fábrica de exploração extrema para as potências imperialistas, ainda que hoje a própria China seja agora uma potência imperialista emergente. Ao mesmo tempo, por várias razões, eles mantiveram o nome de “comunista”. Para saber mais sobre isto, ver: Não sabes o que crês que “sabes” sobre… A Revolução Comunista e o VERDADEIRO Caminho para a Emancipação: A Sua História e o Nosso Futuro — Uma entrevista a Raymond Lotta. [regressar]